Antes de entrar no tema hepatopatia em cães, vamos revisar as funções do Fígado para ficar bem claro o nosso entendimento:
O fígado é um órgão que desempenha inúmeras funções. Tem uma grande capacidade de armazenamento e reserva funcional e é capaz de se regenerar.
Essas propriedades fornecem alguma proteção contra danos permanentes.
No entanto, o fígado também é suscetível a lesões devido ao seu papel em metabolizar, desintoxicar e armazenar vários compostos tóxicos.
Sinais da hepatopatia em cães
Na fase inicial da doença você notará seu cão perdendo o apetite enquanto bebe mais água.
Ele também pode vomitar mais e ter diarreia, ficar irritado ou parecer deprimido e letárgico.
Os sinais da hepatopatia em cães podem variar e incluem:
- Perda de apetite,
- vômitos,
- ulceração estomacal,
- diarreia,
- convulsões ou outros problemas neurológicos,
- febre,
- problemas de coagulação sanguínea,
- icterícia (um tom amarelo perceptível na pele, membranas mucosas e olhos),
- inchaço no abdômen,
- micção excessiva e sede,
- alterações no tamanho do fígado e
- perda de peso.
Sobre o tratamento da Hepatopatia em Cães
O tratamento precoce é fundamental para cães com insuficiência hepática aguda. Seu veterinário prescreverá tratamento específico se uma causa subjacente for identificada.
Quando não for identificada nenhuma causa relacionada o tratamento de suporte é direcionado para retardar a progressão da doença, minimizar as complicações e dar tempo para o fígado se regenerar.
Revendo e montando a dieta do cachorro com doença hepática
Se o seu cão tem que enfrentar problemas no fígado, você vai querer saber como alimentá-lo. Lembre-se de que é melhor discutir com seu veterinário sobre todas as mudanças significativas na dieta.
Existem alguns objetivos básicos dos tratamentos para doenças do fígado:
Dê ao seu animal de estimação a nutrição correta para ajudá-lo a manter a energia e a saúde.
A alimentação deve ajudar o fígado a se restabelecer ao mesmo tempo em que reduz o estresse no órgão.
Complicações potenciais devem ser prevenidas e reduzidas.
Faça da Alimentação uma aliada
Como parte de um plano de tratamento, uma dieta para cães com doença hepática inclui 5 objetivos básicos:
-
Fornecer boa nutrição para manter a energia e a saúde
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Reduzir o estresse no órgão
-
Prevenir e minimizar possíveis complicações, como a encefalopatia hepática, em que as toxinas afetam o cérebro
-
Impedir e inibir danos no fígado pelo acúmulo de substâncias como o cobre.
-
Fracionar as refeições em cerca de 4 ou 5 porções menores ao longo do dia, em vez de um grande café da manhã e jantar.
Comida Caseira para Doença Hepática
Se você quiser fazer comida para o seu próprio cachorro, é indicado alimentá-lo com pelo menos 50% de carne.
Além disso, o número de carboidratos e grãos deve ser mantido abaixo de 50%.
A fim de determinar o número de alimentos para alimentar o seu cão, você precisa determinar seu peso corporal.
Então, alimente seu animal de estimação em conformidade.
Faça o controle adequado
A recomendação geral é garantir que a proteína consumida seja de alta qualidade, mas manter a quantidade em um nível moderado.
Algumas das proteínas podem vir de fontes que não sejam de carne, como queijo cottage.
A proteína não é prejudicial para o fígado. A proteína é essencial para o bom funcionamento do fígado.
É a produção de amônia que causa problemas.
Quando o fígado é severamente danificado a amônia entra no corpo e pode causar problemas.
Portanto, para esses problemas específicos do fígado, é importante saber quais proteínas produzem a menor quantidade de amônia.
Cães com problemas menores de fígado (que não seja doença crônica) podem comer uma dieta normal caseira ou crua; no entanto, a quantidade de gordura deve ser reduzida.
As proteínas animais ajudam a manter a regeneração do fígado.
Proteínas que produzem menor quantidade de amônia
– Ovos e laticínios (iogurte e queijo cottage).
– Peixe e frango também produzem quantidades menores de amônia.
Carnes vermelhas parecem produzir mais amônia. No entanto, como dito acima, a quantidade de amônia nas proteínas é apenas uma preocupação quando o cão tem doença crônica de fígado.
Observações Relevantes quanto ao Cobre
Algumas proteínas animais contêm altos níveis de cobre e devem ser evitadas em uma dieta de doença do fígado para cães.
A carne de órgãos, especialmente o fígado, deve ser evitada.
Outras carnes com alto teor de cobre incluem:
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Pato
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Cordeiro
-
Salmão
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Carne de porco
Fontes de proteína que são relativamente moderadas a baixas em cobre são:
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Peru
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Frango
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Peixe branco
-
Carne
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Ovos
- Queijo
Atenção aos Nutrientes
Energia
Uma dieta com alta concentração energética é recomendável, para que o cão consiga ingerir uma quantidade razoável de calorias mesmo comendo pouco, já que o seu apetite geralmente está reduzido.
Neste aspecto, as gorduras apresentam dois grandes benefícios:
elas não apenas aumentam a densidade energética (mais calorias por grama de alimento), como também tornam o alimento mais palatável (mais gostoso), e, portanto, mais atrativo para o cão.
A proporção em que as gorduras devem participar da dieta é ponto de controvérsia entre os estudiosos.
As gorduras também são boas porque diminuem a intolerância aos carboidratos e melhoram a absorção de vitaminas lipossolúveis.
Por esta razão, segundo estes autores, os carboidratos devem compor no máximo 45% das calorias da dieta.
Outros autores afirmam que a maior parte das calorias deve ser proveniente de carboidratos, como arroz e massas, e que as gorduras não devem ser reduzidas e nem aumentadas em relação a uma dieta “normal” para cães.
Este fator é importante para a digestão do seu animal de estimação. É essencial adicionar fibras à sua dieta.
Ao mesmo tempo em que ajuda a remover a amônia e reduzir os resíduos nitrogenados.
Alguns carboidratos, como aveia, contêm mais fibra solúvel do que outros carboidratos.
Portanto, carboidratos superiores em fibras solúveis são recomendados em dietas para doenças do fígado.
Lista de alimentos ricos em fibras solúveis: Aveia, Lentilha, Ervilha, Mandioca, Maçã, Cenoura, Beterraba, Laranja.
Aditivos e Suplementos
Você deve dar aos cães com doença hepática uma dieta com pouco sal. Isso evita que o fluido no abdômen se acumule.
Existem alguns grandes suplementos a serem considerados, como o complexo de vitamina B, vitamina E, C, K, Zinco e adenosilmetionina.
Eles também recomendam a restrição de gorduras apenas nos casos de esteatorréia ou hiperlipidemia.
Vitaminas e Minerais
A absorção de vitaminas lipossolúveis pode estar diminuída, e a suplementação com vitamina E é indicada, principalmente nos casos de colestase (a bile não consegue fluir adequadamente para o intestino) ou de intoxicação por excesso de cobre.
O seu efeito antioxidante protege o organismo.
A suplementação com as vitaminas hidrossolúveis B1 e B12, principalmente se o cão não estiver se alimentando bem, é recomendável, pois elas ajudam na regeneração dos tecidos.
A vitamina K é útil para cães com tendência a hemorragias, e também para os que sofrem com colestase (quando a bile não flui normalmente para o intestino).
A restrição de sódio é recomendável se o cão tiver edema ou ascite (“barriga d’água”), mas, se ele estiver se alimentando muito pouco, a restrição pode ser mais branda, já que a ingestão de proteínas e calorias é mais importante.
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