O que causa ascite em cães?
A ascite em cães é caracterizada pelo acúmulo anormal de líquido no abdômen, resultando em um inchaço e distensão abdominal. A ascite não é uma condição independente, mas sim um sinal de que algo não está funcionando corretamente no organismo do animal.
Há algum problema encoberto que precisa ser investigado e diagnosticado. A gravidade do quadro de doenças depende da causa da ascite e do tempo que esse problema se desenvolveu sem intervenção médica.
Essa acumulação de líquido pode ser causada por diversas condições pré existentes, incluindo:
Insuficiência hepática: Problemas no fígado podem levar ao acúmulo de líquido no abdômen devido a uma diminuição na produção de proteínas essenciais que regulam os níveis de fluidos no corpo.
Insuficiência cardíaca congestiva: Doenças cardíacas podem causar um aumento da pressão nas veias abdominais, resultando em vazamento de fluido para a cavidade abdominal.
Neoplasias: Tumores ou cânceres, como carcinoma hepático, linfoma ou carcinoma de células escamosas, podem levar ao desenvolvimento de ascite.
Pancreatite: Inflamação no pâncreas pode desencadear ascite devido a alterações na permeabilidade dos vasos sanguíneos.
Doença renal: Problemas renais podem levar a desequilíbrios nos níveis de líquidos no corpo, contribuindo para a formação de ascite.
Peritonite: Inflamação ou infecção do peritônio (membrana que reveste a cavidade abdominal) pode causar acúmulo de líquido.
Hipoproteinemia: Baixos níveis de proteínas no sangue podem resultar em uma diminuição da pressão osmótica, levando ao acúmulo de fluido.
Nem todas as doenças que causam ascite são irreversíveis ou fatais, e muitas podem ser tratadas com sucesso, especialmente quando diagnosticadas precocemente.
Por isso, esteja atento ao conjunto de sinais precoces de ascite.
Quais são eles?
Abdômen inchado: O primeiro sinal mais evidente é o aumento visível do tamanho do abdômen. O abdômen não fica distendido de um dia para o outro, perceba a evolução.
Em muitos casos, a ascite pode se formar ao longo de um período de semanas a meses, mas em situações mais graves, pode se desenvolver mais rapidamente, em questão de dias. O tempo que leva para a ascite se formar depende da gravidade e da rapidez com que a condição subjacente progride.
Ganho de peso inexplicável: Se o cão não apresentou mudanças significativas na alimentação ou atividade física, mas está ganhando peso rapidamente, especialmente na área abdominal, pode ser um sinal de acúmulo de fluido.
Dificuldade para respirar: A ascite pode exercer pressão nos pulmões, dificultando a respiração do cão. Os tutores podem notar respiração pesada, respiração rápida ou intolerância ao exercício.
Letargia: O acúmulo de líquido no abdômen pode causar desconforto e dor no cão, resultando em apatia, letargia ou fraqueza geral.
Perda de apetite: Cães com ascite podem perder o interesse em comer devido ao desconforto abdominal.
Vômitos: Ascite causada por problemas no fígado, por exemplo, pode levar a distúrbios gastrointestinais, como vômitos.
Aumento da sede e micção: Dependendo da causa subjacente da ascite, o cão pode beber mais água e urinar com maior frequência.
Mudanças comportamentais: O cão pode mostrar sinais de desconforto, agitação ou expressar dor quando a barriga é tocada.
É importante notar que os sintomas acima podem ser causados por várias condições diferentes, e a presença de um ou mais deles não significa necessariamente que o cão tem ascite.
Quanto mais cedo a causa oculta for identificada, melhor será o prognóstico e o tratamento para o animal.
O que envolve o tratamento?
O tratamento da ascite em cães visa não apenas aliviar os sintomas, como a acumulação de líquido no abdômen, mas também lidar com a causa. Então, é provável que a investigação da causa envolva os seguintes passos:
O primeiro passo é determinar a condição que provocou a ascite. Isso pode envolver uma série de testes, como exames de sangue, ultrassonografia, radiografias, análises de fluidos, biópsias, entre outros.
Diuréticos e restrição de sódio: Em muitos casos, são prescritos diuréticos para ajudar o organismo do cão a eliminar o excesso de líquido. Ao mesmo tempo, uma dieta com restrição de sódio pode ser recomendada para evitar a retenção de líquidos.
Drenagem do fluido abdominal: Em situações em que a ascite é grave e causa desconforto significativo, o veterinário pode realizar uma paracentese abdominal. Nesse procedimento, uma agulha é inserida no abdômen para drenar o excesso de fluido. No entanto, esse procedimento não trata a causa subjacente e o fluido pode se acumular novamente se a condição subjacente não for abordada.
Tratamento da doença subjacente: Uma vez identificada a causa subjacente, o tratamento é direcionado para essa condição específica. Dependendo da doença, o tratamento pode incluir medicamentos, terapias específicas, cirurgia, mudanças na dieta ou outros procedimentos.
Cuidados de suporte: Em casos graves, cuidados de suporte podem ser necessários para garantir o bem-estar do animal. Isso pode incluir cuidados para aliviar o desconforto, controlar a dor, administração de fluidos intravenosos e outras intervenções de suporte.
A ascite pode ser curada?
A cura total da ascite é possível se a condição subjacente for tratada com sucesso.
Por exemplo, se a ascite é resultado de uma insuficiência cardíaca, tratamentos que visam controlar a doença cardíaca, como medicamentos para melhorar a função cardíaca, restrição de sódio na dieta e gestão do peso, podem levar à redução ou eliminação da ascite.
No entanto, em algumas situações, como certos tipos de doença hepática avançada ou câncer abdominal, a cura completa pode ser mais desafiadora.
Em tais casos, o tratamento pode se concentrar em gerenciar a condição, aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do animal, mas a cura completa da ascite pode não ser possível.
Outra coisa que é importante, é tentar diferenciar visualmente uma barriga de gases de uma barriga inchada com fluidos. Para isso observe o comportamento e outros sinais claros.
Diferencie visualmente a ascite de uma barriga com gases
Na Ascite:
O abdômen do cachorro geralmente é mais uniforme e distendido, parecendo mais redondo e esticado.
Quando se pressiona suavemente a barriga do cão, é possível sentir uma sensação de fluidez ou ondulação, e o abdômen pode ser mais firme devido ao acúmulo de líquido.
Pode haver outros sinais clínicos associados, como letargia, perda de apetite e dificuldade respiratória.
Barriga inchada com gases:
Os gases podem se formar de um dia para o outro enquanto que na ascite é uma progressão. Esse é um sinal bem claro.
O inchaço abdominal por gases pode não ser tão uniforme, os gases podem se acumular mais de um lado, fazendo com que o cão até ande meio torto.
O inchaço pode ser sensível ao toque, e ao pressionar, o som de gases se movendo pode ser ouvido ou sentido. O abdômen geralmente soa oco quando se percute suavemente.
Normalmente, a presença de gases pode ser acompanhada de flatulência ou arrotos frequentes. Além disso, o animal pode não mostrar outros sinais clínicos significativos, mantendo seu apetite e comportamento normais.
O fundamental é observar o seu cachorro, assim você logo perceberá algo diferente, podendo agir proativamente.
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