Alimentos tóxicos para cães e gatos

Muitos alimentos que são tóxicos para cães e gatos podem ser consumidos normalmente por nós, humanos. 

Precisamos nos certificar de que nossa casa seja um lugar seguro para o nossos filhos peludos, inclusive.

Você sabia que cerca de 90% das intoxicações nos animais são acidentais e agudas, ocorrendo perto ou no domicílio do proprietário?

Impressionante, não é mesmo?

Várias substâncias são capazes de causar intoxicações ou envenenamentos nos cães e gatos.

No entanto, o gato por ter um apetite mais exigente, escapa mais dessas situações. Diferente do cachorro, guloso e pedinte por natureza..rs

Em gatos a frequencia das intoxicações podem ser de até 3 vezes menos. 

Alimentos tóxicos para cães e gatos, uma revisão

Vamos passar agora a conhecer os principais alimentos considerados tóxicos para cães e gatos.

Chocolate, café e chá (teobromina)

Na composição do chocolate existem entre outras substâncias as metilxantinas:

teobromina e cafeína, sendo a concentração de teobromina muito mais significativa do que a de cafeína.

A manteiga de cacau é o ingrediente presente em maior quantidade no chocolate, e é ela que possui a teobromina.

Portanto a manteiga de cacau é o alimento tóxico para cães e gatos.

A teobromina provoca diurese, grande estimulação cerebral e intenso aumento no trabalho muscular cardíaco, desencadeando em arritmias cardíacas.

É extremamente tóxica em excesso, podendo resultar em morte.

A concentração dessa substância no chocolate pode ser de 3 a 10 vezes maior do que no café. Ela também é encontrada no chá e bebidas à base de cola.

Quanto mais gorduroso o chocolate, menor vai ser o teor de teobromina, como é o caso dos chocolates brancos, que não oferecem tanto risco para estes animais.

Sendo assim, quanto mais escuro for o chocolate mais concentrado em teobromina e mais tóxico para cães e gatos.

Os chocolates amargo e meio-amargo são os que oferecem maior risco, pois possuem um teor mais elevado desta substância.

O consumo de grande quantidade de chocolate por pessoas é seguro, porque a quantidade de teobromina encontrada é pequena.

No entanto, os cães metabolizam a teobromina mais lentamente, podendo facilmente se intoxicar.

Quanto mais tempo passar no tubo digestivo mais chance de ser absorvido e de causar os efeitos da toxicidade em cães e gatos.

Pois essa substância é absorvida tanto no estômago quanto no intestino. Podendo durar cerca de 6 dias no organismo canino.

Para que você fique ciente eu descrevi abaixo o teor de Teobromina nos diversos tipos de chocolate.

Quantidade de teobromina em 1 g de produto em ordem crescente

Chocolate branco – 0,009mg

Chocolate ao leite – 2,046mg

Chocolate meio-amargo – 4,586mg

Chocolate amargo – 13,863mg

Cacau em pó – 25,997mg

Quanto menor o cão, menor a quantidade de alimento tóxico para desencadear os sintomas de intoxicação.

Os efeitos dependem do peso do cão, da dosagem e do tipo de chocolate.

Doses Fatais de teobromina estão próximas de 200 mg/kg.

Sinais de intoxicação como vômitos e diarreia e anormalidades cardíacas aparecem com ingestão a partir de 20 mg/kg.

Não é novidade pra ninguém que os cães são gulosos e querem tudo que está na nossa mão e boca, pois é, tem pesquisas que relatam efeitos danosos com a ingestão de chocolate em barra e chocolate em pó dissolvido no leite…

Sinais clínicos 

– Náusea

– Vômito

– Diarreia

– Respiração rápida e curta

– Sede e Micção excessivas

Os sinais desse alimento tóxico para cães e gatos aparecem normalmente dentro de 6 a 12 horas após a ingestão.

Outras complicações podem aparecer

Desidratação, hiperatividade, arritmias cardíacas, hemorragias internas, hipertensão arterial, fraqueza, tremores, convulsões, coma e morte.

Já as intoxicações por café e chá estão relacionadas à cafeína, os sintomas são semelhantes à teobromina.

Tratamento

O tratamento da intoxicação por chocolate, café ou chá é de suporte. Deve-se eliminar as toxinas ainda não absorvidas, por meio da indução do vômito ou lavagem gástrica.

No entanto, devido à longa meia vida da teobromina, os sinais clínicos podem perdurar por 24 a 72 horas, devendo-se manter o animal internado até a recuperação total.

Xilitol

O Xilitol é um desses substitutos do açúcar que é seguro para consumo humano, mas é um alimento altamente tóxico para cachorros e gatos. Na verdade, pode ser mortal.

Os cães são sensíveis ao xilitol, por isso a ingestão de produtos que contenham essa substância pode levar à intoxicação.

Efeitos específicos do xilitol

O xilitol causa pouco ou nenhum aumento na liberação de insulina ou alteração nos níveis de açúcar no sangue em pessoas, ratos, cavalos e macacos rhesus.

Isso é completamente diferente em cães, gatos, vacas, cabras, coelhos e babuínos. Nessas espécies, o xilitol causa um aumento acentuado na liberação de insulina e queda do açúcar no sangue.

Toxicidade do xilitol em cães

Depois que um cão consome uma quantidade significativa de xilitol, há uma liberação maciça de insulina pelo pâncreas.

Isso, por sua vez, resulta em um nível perigosamente baixo de açúcar no sangue e sintomas como fraqueza, tremores, convulsões, colapso e até morte.

Em dosagens mais altas, o xilitol pode causar destruição maciça do fígado, na qual um grande número de células hepáticas morrem abruptamente.

E o Vômito é frequentemente o primeiro sintoma da toxicidade do xilitol.

Fique atento a qualquer alteração de comportamento ou sintoma, pois pode ser um que seu cão tenha comido algo impróprio.

Outros sintomas relacionados ao baixo nível de açúcar no sangue se desenvolvem em 30 minutos a 12 horas após o consumo.

A dose de xilitol mínima considerada tóxica para cães é de 0,1 g por kg de peso corporal do cão.

Sintomas relacionados

Letargia

Depressão

Colapso

Vômito

Tremores

Pulso anormal

Gengivas amarelas

Diarreia

Se você acha que seu cachorro foi acidentalmente envenenado por um produto sem açúcar, primeiro fique calmo!

Em seguida, leia os ingredientes para ver se o produto continha xilitol.

Se o seu cão ingerir produtos livres de açúcar, sempre verifique a lista de ingredientes.

Os substitutos do açúcar tais como a estévia, a sacarina, a sucralose, o aspartame, etc., não são venenosos para os cães.

Se o seu cão ingerir um desses não é tóxico, é claro que adoçante algum é recomendado para cães, eles não precisam de açúcar ou adoçante.

Mas, se acontecer um acidente não precisa se preocupar, desde que você tenha certeza de que não há xilitol!

Com intoxicação por xilitol, é imperativo calcular se uma dose tóxica foi ingerida.

Em cães, doses> 0,1 g / kg são consideradas tóxicas e resultam em problemas súbitos e profundos.

Doses mais elevadas (> 0,5 g / kg) de xilitol foram associadas a necrose hepática aguda.

Infelizmente, nem todas as fontes são divulgadas pela empresa (por exemplo, quantos gramas de xilitol podem estar em cada pedaço de goma), por isso às vezes é difícil calcular uma dose tóxica.

Se o seu cão ingeriu uma dose venenosa de xilitol os tratamentos recomendados serão descritos abaixo.

Tratamento 
  • Corra para o veterinário. Ele vai verificar o nível de açúcar no sangue. Se é normal e a ingestão foi recente (dentro de algumas horas), o veterinário pode induzir o vômito.

  • Uma vez que o xilitol deixa o estômago e faz com que o pâncreas produza insulina, é necessário tratamento intensivo para tentar neutralizar os efeitos da hipoglicemia (baixa glicose no sangue).

  • Se uma dose tóxica foi ingerida e ele não vomitou, seu veterinário recomendará a hospitalização do seu cão para líquidos, suplementação com dextrose e cuidados de suporte sintomáticos.

  • Em alguns casos, transfusões de sangue são necessárias para neutralizar os efeitos das anormalidades da coagulação sangüínea causadas pela insuficiência hepática.

Lembre-se, quanto mais cedo você reconhecer o problema e procurar atenção veterinária, menos danoso é para a saúde do seu animal de estimação!

Se você acha que seu cachorro foi acidentalmente envenenado por um produto sem açúcar, primeiro fique calmo!

Em seguida, leia os ingredientes para ver se o produto continha xilitol.

Leia os rótulos com cuidado

Muitos alimentos e produtos odontológicos contêm xilitol. Alguns produtos comumente usados que podem conter xilitol incluem

  • Pasta de dentes

  • Enxaguante bucal

  • Goma de mascar

  • Manteiga de amendoim

  • Doces sem Açúcar

  • Bebidas de frutas

  • Geleias

Acredite ou não, alguns produtos anunciados especificamente para cães, como creme dental, contêm pequenas quantidades de xilitol.

Nem todos os rótulos dos produtos indicam claramente se contêm xilitol. Se uma etiqueta indicar apenas “artificialmente adoçado”, presuma-se que contenha xilitol.

Se você optar por usar produtos contendo xilitol em sua casa, certifique-se de mantê-los completamente fora do alcance do seu cão.

Olhe ao redor da sua casa e veja se você tem algum produto contendo xilitol. Na sequencia vamos ver outros alimentos considerados tóxicos para cães e gatos.

Cebola e Alho

A cebola é rica em componentes químicos que trazem benefícios para a saúde humana, como os flavonóides.

Por outro lado, a cebola contém os componentes tóxicos que podem danificar as células vermelhas do sangue.

O Alho usado com Moderação é considerado um alimento menos tóxico do que a cebola para cães.

As substâncias ativas do alho são potentes relaxantes de músculos cardíacos e de músculo liso, agentes vasodilatadores e hipotensores.

O consumo de apenas 5g/kg de cebola pelos gatos, ou 15 a 30g/kg pelos cães, resultou em alterações hematológicas clinicamente importantes.

Os componentes tóxicos em todo o tipo de cebola, alho, alho-poró, cebolinha e outros vegetais da família Allium, são sulfóxidos e sulfetos alifáticos.

Todas as formas de cebola são alimentos tóxicos para cães e gatos, incluindo

desidratada, cebola crua ou cozida, em pizzas, pratos chineses, ou seja, qualquer alimento que contenha cebola.

Os gatos são mais suscetíveis do que os cães. Os primeiros sinais são normalmente de gastroenterite, como vômito, diarreia, dor abdominal, perda de apetite, depressão e desidratação também são observadas.

Os sinais clínicos associados à destruição das hemácias, como mucosas pálidas ou ictéricas, frequência respiratória aumentada, letargia e fraqueza.

Quanto ao tratamento deve ser realizado com o objetivo de diminuir os efeitos oxidativos do ingrediente ativo e evitar a lesão renal resultante da hemoglobinúria.

Caso a ingestão tenha sido até duas horas, deve-se induzir o vômito.

Uva e Passas

A intoxicação de cães por uvas in natura ou passas tem sido uma potencial preocupação nos últimos anos. Estudos apontam como causadora dessa toxicose uma toxina ainda desconhecida.

Atualmente há relatos que confirmam que a ingestão destas frutas pode causar lesão renal nos cães.

De uma forma geral, qualquer quantidade ingerida de uva ou passas deve ser considerada um problema.

Valores estimados de uvas associados a lesões renais nos cães são próximos de 32g/kg, já a quantidade de uvas passas associada à manifestação de sinais clínicos variam de 11 a 30g/kg.

Apesar disso, há relatos de casos de óbito em cães quando a dose ingerida destes frutos foi de 5 a 10g/kg.

A investigação de casos individuais da intoxicação parece excluir a contaminação das uvas com pesticidas, metais pesados ou micotoxinas.

Fatores como o teor excessivamente elevado de açúcar das uvas e passas, ocorrência de hipercalcemia foram postulados.

Sinais Clínicos

Os sinais clínicos geralmente se manifestam dentro de 6 horas após ingestão, e no máximo dentro de 24 horas. Estes incluem diarreia, anorexia, dor abdominal, fraqueza, desidratação, tremores e letargia.

Pode-se observar também elevação de glicose, cálcio, fósforo e enzimas do fígado e pâncreas em alguns cães.

Tratamento

O tratamento recomendado é induzir o vômito caso a intoxicação seja recente, caso isso não seja possível a recomendação é a lavagem gástrica.

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